Marcar um golaço em casa é gostoso, mas na casa de rivais históricos dá um gostinho a mais. É com esse sabor de vitória que a equipe brasileira retorna de Puerto Iguazu (Argentina), onde alcançou o segundo lugar no ranking geral da 32ª Olimpíada Ibero-Americana de Matemática, encerrando as participações nacionais em olimpíadas de Matemática em 2017.
O time brasileiro somou 136 pontos, à frente das equipes da Argentina (135) e do México (133), Foi superado apenas pelo Peru (156 pontos). Bruno Brasil Meinhart (Fortaleza–CE) e Davi Cavalcanti Sena (Recife–PE) conquistaram medalhas de ouro. André Yuji Hisatsuga (São Paulo-SP) e Tarcísio Soares Teixeira Neto (Fortaleza–CE) ficaram com a prata.
Tarcísio Soares, o novato da equipe, ficou a um ponto do ouro. Com o resultado positivo, o Brasil volta a ter bom desempenho nas competições internacionais.
Embora a prova da Ibero-Americana tenha um nível de dificuldade inferior à Olimpíada Internacional de Matemática (IMO) — disputada em julho passado no Rio de Janeiro —, as medalhas animaram os representantes brasileiros. “Por ser um resultado bom, acaba trazendo mais confiança para o time do Brasil”, diz Davi Sena. E completa, brincando: “A propósito, ficamos um ponto à frente da Argentina”.
Bruno Meinhart destacou a diferença dessa prova em comparação à IMO. “É um estilo bem diferente, com questões de um nível não tão difícil, mas que continuam desafiadoras”.
Ele também ressaltou como razões da boa performance na competição a menor exposição dos participantes e o foco total nos estudos. “Tentei corrigir os erros que cometi na IMO e estudar melhor os critérios de correção de prova.”
Mais experientes da equipe principal do Brasil, Bruno e Davi avaliam a chegada de Tarcísio Soares, que garantiu a medalha de prata em sua primeira competição internacional.
“Ele é muito bom. Sem dúvida, agregou muito ao time. Considero que seja o mais balanceado de todos nós, no que se relaciona às quatro grandes matérias”, avalia Bruno.
Amigo de longa data do novo olímpico, Sena comemora sua integração à equipe brasileira. “Eu e Tarcísio somos muito amigos. Fiquei triste por ele não ter ido à IMO, pois sabia que tinha nível para isso. Graças à Deus, ele conseguiu um resultado muito bom [na Ibero-Americana]. Acho que ainda está firmando seu espaço [na equipe olímpica], mas acredito bastante no seu potencial. Ainda vai conquistar muitas coisas nas olimpíadas”, afirma.