A equipe brasileira brilhou na 14ª European Girls’ Mathematical Olympiad (EGMO), realizada em Pristina, Kosovo, com um desempenho histórico, conquistando duas medalhas de prata, uma de bronze e uma menção honrosa. Com esse resultado, o Brasil alcançou sua melhor colocação desde 2020, destacando-se no cenário internacional.
As medalhas de prata foram conquistadas por Alice Schneider (CE) e Ana Beatriz Pazó (RJ), enquanto Maria Clara Fontes Silva (SE) garantiu o bronze, a menção honrosa foi para Heloísa Mysczak (SP). A equipe brasileira, sob a liderança de Vitória Aparecida Santos Ferreira (SP) e Gabriella Morgado (DF), classificou no 20º lugar no ranking geral. Participaram da competição um total de 219 estudantes de 56 países.
As provas, que aconteceram nos dias 13 e 14 de abril de 2025, foram uma oportunidade para as jovens brasileiras se destacarem ainda mais em um evento de grande relevância no cenário internacional. A EGMO é reconhecida por ser uma plataforma importante para o desenvolvimento de futuras lideranças femininas na matemática.
A líder da equipe, Vitória Aparecida, destacou a importância desse resultado não apenas para o time, mas também para o incentivo à participação feminina na matemática:
“O Brasil chegou longe esse ano. Quando uma menina participa na delegação feminina brasileira significa que ela passou pelos testes seletivos, o que já seria algo louvável de se mencionar sobre a capacidade que elas têm. Mas, quando chegam as provas para corrigir e depois as premiações, vemos o quanto essas meninas são realmente interessadas. Estar como líder de um time que foi inteiro premiado entre as 219 participantes, e ter praticamente 3 pratas na equipe – já que o bronze que tivemos foi exatamente na nota de corte para a medalha de prata – representa o reconhecimento por todos os passos pelos quais elas passaram. O papel do líder aqui é brigar por cada ponto que possa haver escondido em uma página de resolução, pois isso valoriza o esforço que elas já dedicaram. Então, penso que tanto a correção quanto a premiação precisam se focar nisso: fazer com que o trabalho das meninas receba o correto valor que ele tem. E acho que isso foi atingido”
Vitoria ainda ressaltou o impacto da experiência da EGMO para cada aluna, e também para as futuras participantes:
“Todas elas têm um dever específico a cumprir com elas mesmas. Para cada uma delas, a EGMO traz uma sensação diferente. Para quem ainda tem mais anos a tentar, a participação serve para dar um incentivo a voltar; para quem não pode mais estar de novo, é uma forma de fechar essa jornada de forma memorável. A participação feminina em olimpíadas é influenciada com a ida de um time nessa competição. Como há notícias sobre a equipe e a experiência de estar perto de outros 55 países em um local de cultura nova com 30 línguas ao redor, todas as outras estudantes que estão começando nas olimpíadas podem almejar estarem neste mesmo lugar e saberem que uma olimpíada na escola não para por aí. Isso se encontra com o objetivo da EGMO: inspirar meninas a conhecer mais da Matemática e seguirem as carreiras em STEM. Continuaremos com essa meta”. afirma.
Processo de Seleção
As integrantes da equipe foram todas premiadas na 46ª Olimpíada Brasileira de Matemática (OBM). A seleção das alunas para representar o Brasil em competições internacionais levou em conta o desempenho na própria OBM e em duas provas seletivas específicas, aplicadas em janeiro e fevereiro deste ano.
Histórico do Brasil na EGMO
O Brasil tem se destacado nas edições da EGMO desde 2017, acumulando um impressionante histórico de conquistas. Até 2025, o país soma 1 medalha de ouro, 8 medalhas de prata, 23 medalhas de bronze e 3 menções honrosas, consolidando sua posição como uma potência crescente nas olimpíadas de matemática feminina.
Patrocínio
A participação da equipe brasileira na 14ª EGMO contou com o patrocínio do Banco BTG Pactual, que reafirma o compromisso de apoiar a educação e o desenvolvimento de talentos matemáticos entre as jovens brasileiras.